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terça-feira, 9 de outubro de 2018

Não se arrependa de ter amado

                                                                         
Não. Não me arrependo de ter amado, de ter acreditado e de ter lutado até certo ponto acreditando que daria certo.

Não me arrependo de ter arriscado, feito promessas, tirado fotos. Sei que foi genuíno, todos os desejos de uma vida juntos.


Mas tive serenidade em meio ao sofrimento de perceber que não daria certo, abri os olhos, enxerguei com a cabeça e com o coração, fui congruente às minhas convicções. E segui. Sigo em frente sem olhar para trás, com paz nas minhas escolhas. Não há arrependimento, não há rancor.

Há saudade, inerente ao processo e ao sentir, não nego. Assim sigo. A vida tem dessas coisas, mas por fim eu confio. Confio no Eterno, que me guia soberanamente.


Um quase Adeus

Pode ir. Vai lá. Pegue suas roupas.
Tire sua presença física, pois seus sentimentos nunca estiveram aqui.
Talvez sempre vagaram distante de nós.
Não faz diferença para quem é marcado por rupturas.
Desde cedo o adeus é meu sobrenome.

Texto de 2015.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Little joy

É aquela faísca
Uma pitada de sorriso
Em meio a uma noite escura
De mágoas e lágrimas.

Rascunho antigo, não lembro nem o porquê escrevi.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Coisas de Rebecca

Nossa, quanto tempo tem que não escrevo nesse blog e revisitar o que foi publicado anteriormente me causa um certo estranhamento, tantas coisas aconteceram...mas, hoje estou aqui para partilhar de algo um pouco particular. Sobre meu processo psicoterapêutico, como sempre disse e defendo, Psi tem que fazer terapia :-D.

Mais um dia de terapia, depois de longas 2 semanas de incompatibilidade de agendas, sento nesse sofá, nesse momento de encontro e confronto. Não vejo motivos aparentes ou assuntos específicos para falar, mas vou soltando uma história aqui e outra lá, fazendo minha linha do tempo, em busca de sentido.  Quando acabo de falar sou pega naquela mesma pergunta que me desconcerta até hoje: - E o que você sente? Poxa...se não consigo nem "racionalizar" sobre isso, não vou conseguir nem falar sobre o que sinto. Isso foi o que pensei, mesmo permanecendo em silêncio. Depois de conseguir, como de relance, lembrar de uma história difícil ocorrida na semana logo sinto que as coisas deram uma clareada.
- E o que você sente em relação a esse fato ocorrido? - Sinto dor. Isso dói.
- Então pega alguma coisa que possa representar essa dor.
Lá vou eu e pego a primeira almofada que me aparece na frente.
- O que você faz com sua dor?
Sem precisar pensar duas vezes, pego a almofada e escondo debaixo de uma manta que estava sobre o sofá, sento em cima. Sou questionada sobre o possível incômodo disso e digo que incomoda.
- Serio? Não parece, olha a sua postura.
E lá estou eu, coluna ereta, pernas cruzadas, lágrimas nos olhos. Logo penso, poxa vida, é isso que faço sempre? Escondo? Finjo que não tá acontecendo nada?
- Pega essa almofada maior ai, vamos ver o que acontece.
Mesmo vendo que seria ruim ficar em cima de uma almofada daquela, lembro que ela não é mais almofada, ela é minha dor.
Vou e escondo novamente. Sento em cima. Pernas cruzadas, postura ereta. Não sei se rio ou se choro vendo como ajo na vida, vendo a situação desse jeito tão escrachado. Sinto o incômodo, mas minha postura não muda.
Trocamos de papel, me ver nessa situação enxergando o outro fazendo o que faço deixa tudo mais claro. Como aprendi a ser assim? Pra quê ser assim?
Reflexões e cabeça borbulhando nesse pós confronto comigo mesma. Vida que segue, sei que terei tempo e espaço para entender e experimentar outras formas de sentir e agir.

E você, o que faz com sua dor?