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segunda-feira, 9 de março de 2015

Pão, vinho e carneiro

Parece que os momentos de luto precisam ser regados a comida. Já passou por alguma situação de morte na família? Pois é! A casa fica cheia de parentes e a única coisa que não para de circular pela casa são os comes e bebes. Seria uma ocasião perfeita para uma festa, só que meio às avessas, em meio ao torpor resultante daquela dor imensa da perda, estimulamos o nosso paladar como nunca para obter algum conforto. Foi isso que aconteceu em uma semana por aí, marcada pelo luto, marcada pelo adeus.
A mesa estava tão linda e bem posta com castiçais de vela, talheres finos que pareciam algo da renascença, estávamos ali sentados nos confortando com comida: pães sírios, taças de vinho e um carneiro assado, tentando desviar dos assuntos que remetiam à partida, à terminalidade, àquele buraco no peito.
Então, começamos a degustar os pães, os molhos especiais, uma culinária tipicamente árabe (com aquele singelo toque brasileiro), discutimos sobre gastronomia, fé e por fim sobre a partida, falar também conforta, mesmo que as lágrimas ainda insistam em rolar pelo rosto e seja necessário a medida de um cálice de vinho para aplacar a dor ou se utilizar de uma lembrança feliz para suspirar e manter a postura.
Porque, boa parte das pessoas vão sem avisar, a morte de qualquer forma não é muito fã de deixar recados e mesmo que ela pareça certeira, ainda sim, tem a capacidade de nos ferir, de nos separar do bem amado e por fim, de nos obrigar a nos anestesiar, com pão, vinho e carneiro, ou qualquer outro alimento, numa mesa de modelo antigo ou em pé ao lado da mobília da cozinha, com pessoas ao redor ou transitando de um lado para o outro, em uma semana qualquer mas que foi marcada por um luto que nunca será digno de levar o pronome "qualquer" ao seu lado.

Olá 2015, porque 2014 has already gone

                                                                                Acho que o ano ainda está novinho para eu fazer uma postagem estilo "mimimis de fim de ano e blablablá's" né?
Confesso que sinto essa necessidade de ficar "prestando contas" a mim mesma a cada ano que se passa. O que não é ruim, porque é bom analisar o que se anda fazendo para verificar se é nesse rumo que você pode garantir alguns de seus objetivos a longo prazo. Falando em prazo...essa coisa de não fazer listinha de ano novo têm funcionado! Eu continuo estabelecendo metas diárias (que vamos combinar, nem elas eu ando seguindo ultimamente). Mas não quer dizer que eu não pense no futuro, ou melhor, que eu não tenha sonhos e tal...mas as coisas andam em um ritmo tão frenético que prefiro me concentrar no agora e esperar que minhas ações repercutam no futuro. Então digamos que sim eu penso no futuro e me projeto pra isso, no entanto, tento viver um dia de cada vez tendo a consciência de que pequenas ações contribuem para metas de longo prazo (tava achando que eu estava vivendo o estilo Zeca Pagodinho é? "deixa a vida me levar, vida leva eu"...kkkkkk).
          Outras coisas que aconteceram ou vêm acontecendo é que tenho aprendido a lidar com imprevistos e sendo menos rígida com alguns aspectos como quebra de rotina, porque se tem uma coisa que eu gosto é essa tal de rotina. Não estou afim de listar como eu fiquei assim, pois nunca fui uma criança pragmática ou toda certinha com os estudos mas nessa trajetória linda chamada vida ficamos expostos a diferentes situações e fatores que nos modelam (vocabulário skinneriano levemente dando as caras por aqui).
          E aí como fica a igreja, eu, Jesus e tudo mais? Pois bem...se eu pudesse eleger o ano de crises relacionadas a pressupostos teológicos 2014 sem dúvida estaria no topo da escada! E quando digo isso não me refiro a uma crise de relacionamento com Deus (conduta, relacionamento ou algo do tipo) mas sim com os sistemas teológicos e suas perspectivas bíblicas. Não me arrependo de ter pesquisado ou lido coisas sobre crenças e formas de pensamentos que não são defendidos pela minha igreja, até porque a internet está aí e temos acesso a todo tipo de conteúdo (bom e ruim), mas nesse quesito eu fui bem seletiva ao escolher textos e autores. O fato é que depois dessa "viagem" e dilemas calvinistas e arminianos eu resolvi, no fim das contas, dar um tempinho nisso e me dedicar mesmo em servir minha comunidade religiosa e irmãos em Cristo através do ensino da palavra e me manter em oração, não nego que tenho simpatia imensa pelo calvinismo (acho coerente e tudo mais, no entanto, dei um break por enquanto) e claro que mantenho uma postura ética diante disso. Por fim, o que tirei de bom de toda essa situação foi conhecer a graça de Deus de fato, infelizmente, ela é entendida de forma deturpada em ambientes legalistas, mas isso é tópico para outras postagens.
          Projetos pro blog? Sabe como é né... eu planejo e saio executando de forma bem espaçada, mas já organizei minhas postagens com marcadores que são esses: "confissões de uma estudante de psicologia" (para postagens relacionadas à vida acadêmica), "curly hair" (para postagens sobre cabelo), "poeminhas" (para os meus poeminhas do senso comum, sem refinamento estilístico), "textos alheios" (para publicação de textos de outras pessoas); novos marcadores: "Cristianismo, mundo e eu" (para postagens relacionadas à religião e afins) e "crônicas" (para historinhas minhas, coisa e tal).