Ode à Frustração
“Trabalhe muito mas tenha qualidade de vida.
Trabalhe muito mas leia jornais e revistas.
Trabalhe muito mas leia livros, veja TV e assista os bons filmes.
Trabalhe muito mas assista aos virais “geniais” que seus amigos compartilham.
Trabalhe muito mas se atualize sobre seus clientes, os concorrentes e o mercado.
Trabalhe muito mas estude inglês e mais uma terceira língua à sua escolha.
Trabalhe muito mas vá a academia. Trabalhe muito mas se espiritualize.
Trabalhe muito mas tenha um tempo pra você.
Trabalhe muito mas tenha tempo para os amigos.
Trabalhe muito mas seja um pai presente e um marido carinhoso.
Trabalhe muito mas tenha um hobbie e toque um instrumento musical.
Trabalhe muito mas cultive hábitos saudáveis.
Trabalhe muito mas participe da vida cultural da cidade.
Trabalhe muito mas faça network.
Trabalhe muito mas esteja por dentro as últimas tecnologias.
Trabalhe muito mas não viva só para o trabalho.Trabalhe muito mas socialize.
Trabalhe muito, socialize mas dê atenção ao seu cônjuge.
Trabalhe muito, socialize, dê atenção ao cônjuge mas durma ao menos 8 horas [...]"
Para mim, esse trecho sintetiza o que vivemos nesses tempos pós-modernos, começar o texto com ele é bem sugestivo para ilustrar como me sinto nesses tempos.
O que escreverei aqui, com certeza, já deve ter sido alvo da fala de muitos, inclusive de estudiosos e por aí vai (engraçado de ter a liberdade de escrever " o que quero" no blog me parece estranha pois fico sob controle de de repente ter que citar alguém ou buscar a fonte exata do que tenho pra dizer, são só sintomas da vida acadêmica..rs).
O fato é que parece que meu ambiente (eu mesma, os outros, e por aí vai) nunca se satisfaz com o que me esforço tanto para oferecer a ele e me vende um ideal de felicidade fajuta que acho que comprei muito fácil, mas que reluto em aceitar.
Por vezes sou bombardeada com história de jovens que fizeram e aconteceram em um curto espaço de tempo, nessa era a qual temos acesso a informação rápida e instantânea posso saber por exemplo, como uma jovem de 21 anos começou um blog, que evoluiu para um vlog, que hoje é patrocinada por empresas pois sua temática é moda e beleza e viaja o mundo todo e tem a mesma idade que eu.
Isso é só um exemplo de muitos outros que chegam ao nosso conhecimento, é a geração Y que vai em direção ao que ela gosta de fazer, ao que dá prazer e ao que a move, assim de repente você começa algo despretencioso que com o tempo adquire alto valor ao mercado e a mídia se apropria disso e nos fornece tais informações.
Resultado de tudo isso: Me sinto atrasada nesse processo, o que me faz perguntar: Pera... essa tal pessoa que ganha destaque além de estar aquém de minha realidade, é apenas uma amostra muito pequena para servir de um modelo a ser seguido.
Quando olho ao redor, presencio pessoas com esse mesmo sentimento, que são tão inseguros quanto eu e que podem estar tão perdidos quanto ao que fazer no futuro. O fato é que não me sinto autorizada a me dar esse tempo, porque não se pode ficar mais parado hoje em dia, inércia é quase um pecado, é patológico, há sempre algo que precisa ser feito e quando penso ter alcançado uma etapa importante ou que pelo menos me faça ter algum "descanso" sou inquirida a fazer mais, a completar uma lacuna...
O meu recado é que sempre haverá lacunas, é como alguns pais que graças à Deus ainda dizem aos seus filhos quando esses entram em conflito por querer uma coisa e outra e mais outra "Meu filho, não se pode querer tudo". A palavra de ordem atualmente é: Você pode ter tudo que quiser, basta querer. Como se houvesse uma relação mágica entre querer e receber algo, "pensar positivo" e outras baboseiras as quais somos expostos diariamente.
Não posso me dar um tempo em um mundo e um mercado que é frenético, porque não sei o que pode acontecer amanhã, então o hoje é tudo que tenho para fazer as coisas que preciso e ao fim do dia não fiz metade do que julgo que precisava ser feito.
Penso que são nesses momentos é que preciso aceitar minhas limitações e dar tempo ao tempo. Não tem como estar motivada sempre, há que se ter serenidade e temperança, uma pausa para analizar as circunstancias e ter a esperança em algum dia bom.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Carta ao calouro de Psicologia
Caro calouro,
O semestre começou faz tempo né? Desculpa se te devi uma carta, não sou tão veterana assim, mas já passei da metade do curso então acho que vale né? Tenho essa cara de eterna caloura mas não se engane...já entendo um pouco alguns esquemas.
Provavelmente você já se apresentou em todas as aulas da primeira semana e deve estar aliviado que as provas do primeiro bimestre já se foram e você pode respirar tranquilo (ou não). Apesar da pressão das primeiras provas do ensino superior você sobreviveu.
Aqui estão alguns conselhos de minha pouca experiência nessa vida de acadêmica em uma instituição privada (ressalto esse fato, porque se fosse numa pública a pegada seria outra).
1. Se você realmente acredita que está fazendo psicologia pra ajudar os outros, lembre-se que o primeiro que precisa de ajuda é você (sério!), uma colega de sala disse uma coisa interessante sobre um artigo, que ser psicólogo é uma profissão de risco...o que leva um ser humano a estudar 5 anos para estar de frente com o sofrimento do outro? Não importa onde ele irá atuar, vai ter pepino e conflito, por isso não banque o autossuficiente, deixa de drama e vá logo fazer uma terapia.
2. Se você disse que escolheu o curso porque "aconselha seus amigos" já deve ter percebido que estava enganado quanto a suas reais motivações, o susto começa quando você só escuta princípios relacionados à ciência, teorias diversas sobre a psicologia, filosofia e antropologia. Se você estava achando que ia aprender a intervir aqui e ali no começo do curso sinto muito! Nem eu cheguei lá ainda, imagine você! Relaxa e lê esses textos que é importante. Sim! Tem 50 páginas para amanhã e você acha humanamente impossível não só ler mas entender esse bando de palavra "paradigma" "fenomenologia", "psiquê", "observação sistemática" e tantas outras que te fazem recorrer ao dicionário ou até deixar passar batido sem sacar que essa é uma das palavras-chave do texto.
3. É importante que no início você leia muito e fale de menos, deixa pra dizer "eu não concordo com isso" quando você tiver ao menos um embasamento teórico, porque senão além de passar vergonha vai ser lembrado de novo que seus achismos ficam da porta pra fora, que agora você está estudando ciência e deve ser imparcial. A propósito, isso é importante só no começo.... depois você vai sacar que seus professores não são neutros (podem ser éticos, mas neutralidade em ciências humanas é algo controverso) vai ser uma guerra e pode ser que a cada semestre você goste de teorias opostas, ou não.
3.1. Sobre abordagens: acredite...a psicologia é muito mais que Psicanálise x Behaviorismo, é perca de tempo ficar nesse dilema, se você gosta de uma ou outra é opção sua e se não gosta de nenhuma não se sinta pressionado, psicologia é muito mais que isso, lembre que há a terceira força por aí (humanismo) e outras muitas teorias, com pesquisas quanti e quali, formas de atuação que necessitam de um aporte multidisciplinar,enfim... a vida lá fora é mais que esses dileminhas acadêmicos.
3.2 Não fique chocado, abordagem não deveria ser religião, alguns professores vão dizer que isso é crucial, vai definir os rumos da sua vida profissional (coisa que é relativa), então meu conselho é: Pelo menos mergulhe um pouco e cada teoria, vale à pena, se não gostar pelo menos você aprendeu e agora pode colecionar argumentos contra kkkkkkkkkkk. Não quer dizer que você fará o "samba do crioulo doido" com as teorias, quer dizer que você precisa saber diferenciar, entender pelo menos o básico de cada uma e caso se interesse por uma área ou corpo teórico em particular, vai fundo.
Acho que dá pra sobreviver né? Claro que escrevi isso com base nas minhas vivências, se fosse outra pessoa esses "conselhos" com certeza sairiam de outro jeito. Em síntese, aproveite o máximo do curso, veja palestras, vá a congressos e por último mas não menos importante... FAÇA TERAPIA!
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Sobre Abordagem teórica
Se você faz psi, provavelmente se identificará com minha narrativa, se não...vai boiar colega já estou avisando.
Essa postagem se relaciona com um dilema muito presente nos estudantes de psicologia. E aquela típica pergunta de: "já escolheu sua abordagem?" dá arrepios, até parece aquela pergunta cliché de fim de ensino médio: "e aí, que curso você vai fazer?
Eu confesso que me senti muito "vira-folha" nesse curso, pois a cada semestre surgia um affair com uma teoria. Primeiro com a Psicanálise foi uma relação de amor e ódio, depois veio um certo encanto pelo humanismo (principalmente a gestalt terapia do Perls *-*), daí tinha a análise do comportamento que ficava de escanteio, ao longo do curso eu ficava me perguntando a utilidade de uma vida toda dedicada à explicações de S-->R (um estímulo elicia uma resposta).
Até que... na metade do curso eu pude conhecer os pressupostos da AC com mais detalhes e fiz um estágio básico com o embasamento teórico dentro da AC e minha terapeuta era analista do comportamento. Bom, até a metade do 5º semestre eu entendia análise do comportamento mas não estava muito a fim de aderir, até porque sempre me considerei dualista e nunca monista.
Mas sei lá, eu li tanto durante o estágio básico que acabei achando tudo com muito sentido e comecei a me sentir profundamente irritada quando alguém criticava a análise do comportamento com aqueles argumentos clichés do século passado. Também não sou cega pra perceber que a visão de homem dá análise do comportamento (apesar de na minha opinião ela consegue contemplar o ser humano em 3 dimensões bem completas, ou seja, em sua filogênese, ontogênese e cultura) trás suas limitações porque ela atua sempre sob seus pressupostos base.
Outra coisa que tinha decidido era que não ficaria discutindo inutilmente (no sentido de sair convertendo pessoas à análise do comportamento) até porque religião eu já tenho... não preciso ficar de missionária de vertente teórica nenhuma do meio acadêmico.
Ainda assim, no meio desse processo posso afirmar que não estou segura 100% dessa escolha, e também não acho que ela deve ser tipo o guia eterno da vida profissional, porque a psicologia como ciência e profissão não se resume em psicanálise versus behaviorismo e outras tretas teóricas por aí. Até porque ainda não defini meu campo de atuação, mas acredito que posso me utilizar de técnicas de outras teorias mas mantendo um recorte externalista no modo de interpretar os fatos.
Enfim, acredito que dilemas acadêmicos sempre existirão. Sempre haverá um professor vendendo seu "peixe" ou seja, apresentado seus pressupostos teóricos como o arauto da verdade, o que confirma que na ciência obrigatoriamente a ética deve estar presente, mas neutralidade.... "acho que não colega, rs".
Essa postagem se relaciona com um dilema muito presente nos estudantes de psicologia. E aquela típica pergunta de: "já escolheu sua abordagem?" dá arrepios, até parece aquela pergunta cliché de fim de ensino médio: "e aí, que curso você vai fazer?
Eu confesso que me senti muito "vira-folha" nesse curso, pois a cada semestre surgia um affair com uma teoria. Primeiro com a Psicanálise foi uma relação de amor e ódio, depois veio um certo encanto pelo humanismo (principalmente a gestalt terapia do Perls *-*), daí tinha a análise do comportamento que ficava de escanteio, ao longo do curso eu ficava me perguntando a utilidade de uma vida toda dedicada à explicações de S-->R (um estímulo elicia uma resposta).
Até que... na metade do curso eu pude conhecer os pressupostos da AC com mais detalhes e fiz um estágio básico com o embasamento teórico dentro da AC e minha terapeuta era analista do comportamento. Bom, até a metade do 5º semestre eu entendia análise do comportamento mas não estava muito a fim de aderir, até porque sempre me considerei dualista e nunca monista.
Mas sei lá, eu li tanto durante o estágio básico que acabei achando tudo com muito sentido e comecei a me sentir profundamente irritada quando alguém criticava a análise do comportamento com aqueles argumentos clichés do século passado. Também não sou cega pra perceber que a visão de homem dá análise do comportamento (apesar de na minha opinião ela consegue contemplar o ser humano em 3 dimensões bem completas, ou seja, em sua filogênese, ontogênese e cultura) trás suas limitações porque ela atua sempre sob seus pressupostos base.
Outra coisa que tinha decidido era que não ficaria discutindo inutilmente (no sentido de sair convertendo pessoas à análise do comportamento) até porque religião eu já tenho... não preciso ficar de missionária de vertente teórica nenhuma do meio acadêmico.
Ainda assim, no meio desse processo posso afirmar que não estou segura 100% dessa escolha, e também não acho que ela deve ser tipo o guia eterno da vida profissional, porque a psicologia como ciência e profissão não se resume em psicanálise versus behaviorismo e outras tretas teóricas por aí. Até porque ainda não defini meu campo de atuação, mas acredito que posso me utilizar de técnicas de outras teorias mas mantendo um recorte externalista no modo de interpretar os fatos.
Enfim, acredito que dilemas acadêmicos sempre existirão. Sempre haverá um professor vendendo seu "peixe" ou seja, apresentado seus pressupostos teóricos como o arauto da verdade, o que confirma que na ciência obrigatoriamente a ética deve estar presente, mas neutralidade.... "acho que não colega, rs".
segunda-feira, 9 de março de 2015
Pão, vinho e carneiro
Parece que os momentos de luto precisam ser regados a comida. Já passou por alguma situação de morte na família? Pois é! A casa fica cheia de parentes e a única coisa que não para de circular pela casa são os comes e bebes. Seria uma ocasião perfeita para uma festa, só que meio às avessas, em meio ao torpor resultante daquela dor imensa da perda, estimulamos o nosso paladar como nunca para obter algum conforto. Foi isso que aconteceu em uma semana por aí, marcada pelo luto, marcada pelo adeus.
A mesa estava tão linda e bem posta com castiçais de vela, talheres finos que pareciam algo da renascença, estávamos ali sentados nos confortando com comida: pães sírios, taças de vinho e um carneiro assado, tentando desviar dos assuntos que remetiam à partida, à terminalidade, àquele buraco no peito.
Então, começamos a degustar os pães, os molhos especiais, uma culinária tipicamente árabe (com aquele singelo toque brasileiro), discutimos sobre gastronomia, fé e por fim sobre a partida, falar também conforta, mesmo que as lágrimas ainda insistam em rolar pelo rosto e seja necessário a medida de um cálice de vinho para aplacar a dor ou se utilizar de uma lembrança feliz para suspirar e manter a postura.
Porque, boa parte das pessoas vão sem avisar, a morte de qualquer forma não é muito fã de deixar recados e mesmo que ela pareça certeira, ainda sim, tem a capacidade de nos ferir, de nos separar do bem amado e por fim, de nos obrigar a nos anestesiar, com pão, vinho e carneiro, ou qualquer outro alimento, numa mesa de modelo antigo ou em pé ao lado da mobília da cozinha, com pessoas ao redor ou transitando de um lado para o outro, em uma semana qualquer mas que foi marcada por um luto que nunca será digno de levar o pronome "qualquer" ao seu lado.
A mesa estava tão linda e bem posta com castiçais de vela, talheres finos que pareciam algo da renascença, estávamos ali sentados nos confortando com comida: pães sírios, taças de vinho e um carneiro assado, tentando desviar dos assuntos que remetiam à partida, à terminalidade, àquele buraco no peito.
Então, começamos a degustar os pães, os molhos especiais, uma culinária tipicamente árabe (com aquele singelo toque brasileiro), discutimos sobre gastronomia, fé e por fim sobre a partida, falar também conforta, mesmo que as lágrimas ainda insistam em rolar pelo rosto e seja necessário a medida de um cálice de vinho para aplacar a dor ou se utilizar de uma lembrança feliz para suspirar e manter a postura.
Porque, boa parte das pessoas vão sem avisar, a morte de qualquer forma não é muito fã de deixar recados e mesmo que ela pareça certeira, ainda sim, tem a capacidade de nos ferir, de nos separar do bem amado e por fim, de nos obrigar a nos anestesiar, com pão, vinho e carneiro, ou qualquer outro alimento, numa mesa de modelo antigo ou em pé ao lado da mobília da cozinha, com pessoas ao redor ou transitando de um lado para o outro, em uma semana qualquer mas que foi marcada por um luto que nunca será digno de levar o pronome "qualquer" ao seu lado.
Olá 2015, porque 2014 has already gone
Acho que o ano ainda está novinho para eu fazer uma postagem estilo "mimimis de fim de ano e blablablá's" né?
Confesso que sinto essa necessidade de ficar "prestando contas" a mim mesma a cada ano que se passa. O que não é ruim, porque é bom analisar o que se anda fazendo para verificar se é nesse rumo que você pode garantir alguns de seus objetivos a longo prazo. Falando em prazo...essa coisa de não fazer listinha de ano novo têm funcionado! Eu continuo estabelecendo metas diárias (que vamos combinar, nem elas eu ando seguindo ultimamente). Mas não quer dizer que eu não pense no futuro, ou melhor, que eu não tenha sonhos e tal...mas as coisas andam em um ritmo tão frenético que prefiro me concentrar no agora e esperar que minhas ações repercutam no futuro. Então digamos que sim eu penso no futuro e me projeto pra isso, no entanto, tento viver um dia de cada vez tendo a consciência de que pequenas ações contribuem para metas de longo prazo (tava achando que eu estava vivendo o estilo Zeca Pagodinho é? "deixa a vida me levar, vida leva eu"...kkkkkk).
Outras coisas que aconteceram ou vêm acontecendo é que tenho aprendido a lidar com imprevistos e sendo menos rígida com alguns aspectos como quebra de rotina, porque se tem uma coisa que eu gosto é essa tal de rotina. Não estou afim de listar como eu fiquei assim, pois nunca fui uma criança pragmática ou toda certinha com os estudos mas nessa trajetória linda chamada vida ficamos expostos a diferentes situações e fatores que nos modelam (vocabulário skinneriano levemente dando as caras por aqui).
E aí como fica a igreja, eu, Jesus e tudo mais? Pois bem...se eu pudesse eleger o ano de crises relacionadas a pressupostos teológicos 2014 sem dúvida estaria no topo da escada! E quando digo isso não me refiro a uma crise de relacionamento com Deus (conduta, relacionamento ou algo do tipo) mas sim com os sistemas teológicos e suas perspectivas bíblicas. Não me arrependo de ter pesquisado ou lido coisas sobre crenças e formas de pensamentos que não são defendidos pela minha igreja, até porque a internet está aí e temos acesso a todo tipo de conteúdo (bom e ruim), mas nesse quesito eu fui bem seletiva ao escolher textos e autores. O fato é que depois dessa "viagem" e dilemas calvinistas e arminianos eu resolvi, no fim das contas, dar um tempinho nisso e me dedicar mesmo em servir minha comunidade religiosa e irmãos em Cristo através do ensino da palavra e me manter em oração, não nego que tenho simpatia imensa pelo calvinismo (acho coerente e tudo mais, no entanto, dei um break por enquanto) e claro que mantenho uma postura ética diante disso. Por fim, o que tirei de bom de toda essa situação foi conhecer a graça de Deus de fato, infelizmente, ela é entendida de forma deturpada em ambientes legalistas, mas isso é tópico para outras postagens.
Projetos pro blog? Sabe como é né... eu planejo e saio executando de forma bem espaçada, mas já organizei minhas postagens com marcadores que são esses: "confissões de uma estudante de psicologia" (para postagens relacionadas à vida acadêmica), "curly hair" (para postagens sobre cabelo), "poeminhas" (para os meus poeminhas do senso comum, sem refinamento estilístico), "textos alheios" (para publicação de textos de outras pessoas); novos marcadores: "Cristianismo, mundo e eu" (para postagens relacionadas à religião e afins) e "crônicas" (para historinhas minhas, coisa e tal).
Confesso que sinto essa necessidade de ficar "prestando contas" a mim mesma a cada ano que se passa. O que não é ruim, porque é bom analisar o que se anda fazendo para verificar se é nesse rumo que você pode garantir alguns de seus objetivos a longo prazo. Falando em prazo...essa coisa de não fazer listinha de ano novo têm funcionado! Eu continuo estabelecendo metas diárias (que vamos combinar, nem elas eu ando seguindo ultimamente). Mas não quer dizer que eu não pense no futuro, ou melhor, que eu não tenha sonhos e tal...mas as coisas andam em um ritmo tão frenético que prefiro me concentrar no agora e esperar que minhas ações repercutam no futuro. Então digamos que sim eu penso no futuro e me projeto pra isso, no entanto, tento viver um dia de cada vez tendo a consciência de que pequenas ações contribuem para metas de longo prazo (tava achando que eu estava vivendo o estilo Zeca Pagodinho é? "deixa a vida me levar, vida leva eu"...kkkkkk).
Outras coisas que aconteceram ou vêm acontecendo é que tenho aprendido a lidar com imprevistos e sendo menos rígida com alguns aspectos como quebra de rotina, porque se tem uma coisa que eu gosto é essa tal de rotina. Não estou afim de listar como eu fiquei assim, pois nunca fui uma criança pragmática ou toda certinha com os estudos mas nessa trajetória linda chamada vida ficamos expostos a diferentes situações e fatores que nos modelam (vocabulário skinneriano levemente dando as caras por aqui).
E aí como fica a igreja, eu, Jesus e tudo mais? Pois bem...se eu pudesse eleger o ano de crises relacionadas a pressupostos teológicos 2014 sem dúvida estaria no topo da escada! E quando digo isso não me refiro a uma crise de relacionamento com Deus (conduta, relacionamento ou algo do tipo) mas sim com os sistemas teológicos e suas perspectivas bíblicas. Não me arrependo de ter pesquisado ou lido coisas sobre crenças e formas de pensamentos que não são defendidos pela minha igreja, até porque a internet está aí e temos acesso a todo tipo de conteúdo (bom e ruim), mas nesse quesito eu fui bem seletiva ao escolher textos e autores. O fato é que depois dessa "viagem" e dilemas calvinistas e arminianos eu resolvi, no fim das contas, dar um tempinho nisso e me dedicar mesmo em servir minha comunidade religiosa e irmãos em Cristo através do ensino da palavra e me manter em oração, não nego que tenho simpatia imensa pelo calvinismo (acho coerente e tudo mais, no entanto, dei um break por enquanto) e claro que mantenho uma postura ética diante disso. Por fim, o que tirei de bom de toda essa situação foi conhecer a graça de Deus de fato, infelizmente, ela é entendida de forma deturpada em ambientes legalistas, mas isso é tópico para outras postagens.
Projetos pro blog? Sabe como é né... eu planejo e saio executando de forma bem espaçada, mas já organizei minhas postagens com marcadores que são esses: "confissões de uma estudante de psicologia" (para postagens relacionadas à vida acadêmica), "curly hair" (para postagens sobre cabelo), "poeminhas" (para os meus poeminhas do senso comum, sem refinamento estilístico), "textos alheios" (para publicação de textos de outras pessoas); novos marcadores: "Cristianismo, mundo e eu" (para postagens relacionadas à religião e afins) e "crônicas" (para historinhas minhas, coisa e tal).
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Sobre o preconceito relacionado à psicoterapia
Acho que estou meio atrasada para começar essas confissões, se já estou no sexto semestre muita coisa já rolou nesse período e um caminhão cheio de paradigmas meus já tombou e ainda tem uns pra caírem por aí!
Começando com os primeiros dias de aula com a sala lotadíssima e os professores quebrando minha visão quanto à necessidade de fazer terapia durante o curso e eu pensei: - Era só o que me faltava! Me tratar pra ter que cuidar dos outros....haa não durou um mês! Durante meus estudos de filosofia sobre teorias aristotélicas, de Platão, Descartes e outros sobre divisão ou não entre corpo e mente, fora história da psicologia, ciências sociais e outras matérias introdutórias que me fizeram voltar atrás quanto a minha objeção de fazer psicoterapia.
É difícil explicar para as pessoas porque um graduando de psicologia precisa fazer terapia porque subtende-se que se a pessoa está estudando para entender o comportamento ou a "mente" do ser humano invariavelmente ela estará apta o suficiente para entender seu próprio comportamento, certo? Errado! Somos convidados a descer do tablado de pseudo auto-conhecimento e admitir que temos resistência (psicanaliticamente falando...) para ter acesso e insight com certos conteúdos internos ou skinnerianamente falando nós não conseguimos discriminar com muita clareza as variáveis das quais nosso comportamento é função (uau, como é engraçado escrever a mesma coisa a partir de perspectivas teóricas diferentes, rs...).
Enfim, será então que todo mundo TEM que se submeter à psicoterapia? Penso que não, porque há pessoas que conseguem passar pela vida e construir uma enorme resiliência diante das crises e sofrimentos que todos passamos ao longo de nossa trajetória. Agora, se você é estudante de psicologia faça! Digo isso em um modo bem imperativo mesmo porque embora o curso de psicologia não seja somente aprender coisas relacionadas à clínica, vale muito à pena vivenciar na prática o que estudamos e é uma jornada incrível que fazemos dentro de nós mesmos.
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